Colégio Loyola e sua pedagogia inaciana é exemplo de formação cristã

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Crédito das fotos: Colégio Loyola


Continuando a falar sobre educação e os desafios e dúvidas para fazer uma boa escolha para os nossos filhos, resolvi conversar com algumas escolas que possuem abordagens pedagógicas distintas para dar uma luz para as mamães de plantão. Começo esta série de textos com o Colégio Loyola.

Tradicional colégio da cidade de Belo Horizonte, o Loyola entrou no leque de escolas que propus a apresentar aqui no “Mãe, aqui e agora” por ser um exemplo de educação focada em valores cristãos. A escola que possui atualmente 2.500 alunos pertence à Rede Jesuíta de Educação, que conta com mais de 850 colégios, 200 universidades e faculdades, e 2.700 centros de Educação Popular da Fundação Fé e Alegria em todo o mundo.

No Brasil, a Rede Jesuíta de Educação é responsável por 17 escolas, colégios e creches, que reúnem mais de 31 mil alunos e quase 2 mil educadores. São escolas como Colégio Anchieta (RJ e RS), Colégio Antônio Vieira (BA), Colégio Catarinense (SC), Colégio Santo Inácio (CE e RJ), Colégio São Luís (SP) e muitos outros.

Proposta pedagógica 

Todos eles ancoram-se na chamada Pedagogia Inaciana, baseada na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola e na visão cristã do mundo e do ser humano. O objetivo desta linha pedagógica é “buscar formar pessoas conscientes, competentes, compassivas e comprometidas na transformação da sociedade, por meio de uma visão humanista e integradora”.

Para entender como isso se dá na prática, contamos com a ajuda da assessora pedagógica do Colégio Loyola, Alexandra Gazzinelli, que nos respondeu por email questões sobre o processo de educação da instituição. “Entre os diferenciais do Colégio Loyola estão a formação integral dos alunos e o desenvolvimento de competências e habilidades em dimensões diversas e integralizadoras: cognitiva, socioafetiva e espiritual/religiosa”, escreveu Alexandra.

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Conhecimento 

O Colégio Loyola trata o conhecimento como resultado da relação entre os sujeitos (pessoas), os objetos de conhecimento (conceitos científicos) e o contexto (escola e mundo real ou virtual) no qual estão inseridos.

Relação aluno-professor 

A proposta de trabalho pedagógico do Colégio Loyola está fundamentada na matriz sociointeracionista, por meio da qual o aluno é considerado um sujeito social que elabora seus conhecimentos sobre os objetos, em um processo interativo, mediado pelo professor, com foco no desenvolvimento de competências para sua formação integral. Os alunos são convidados a serem protagonistas no seu processo de aprendizagem e são desafiados a conhecer experiências para além das suas vivências e do senso comum.


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Espaço de aprendizagem 

Os espaços de aprendizagem são considerados ambientes flexíveis, os quais podem se adaptar a cada proposta interativa de trabalho, como as práticas pedagógicas de metodologias ativas, a aprendizagem baseada em problemas, as Oficinas de Letramento e de Matemática, as aulas colaborativas, aproximando o “saber na escola” do “saber para a vida”.

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Relação com os pais 

As famílias são parceiras e corresponsáveis no desenvolvimento e acompanhamento da aprendizagem integral de seus alunos. O diálogo e orientação às famílias acontece em Reuniões de Pais com o Diretor Acadêmico e o Coordenador Pedagógico de Série e em atendimentos individuais. Além disso, há parceria estreita entre o Colégio e a Associação de Pais do Loyola (APL), que promove Rodas de Conversa sobre temas educacionais de interesse da comunidade.

Dever de casa 

As famílias são orientadas e incentivadas a fazer o acompanhamento do estudo dos filhos, conscientizando-os de que o estudo e os deveres de casa são tarefas intrínsecas ao papel de estudante. O Colégio oferece monitorias extraturno e o ‘Coaching Educacional’ para alunos da 3ª Série do Ensino Médio.

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Alfabetização 

As Oficinas do Saber, Fazer e Ser (Oficinas de Letramento) são experiências educativas de perspectiva formadora e de aprendizagem que possibilitam aos alunos aprender por meio de uma multiplicidade de meios, objetos, interações e atividades em espaços diversos. É nessa estrutura que os educadores identificam os diversos níveis de escrita dos alunos e planejam intervenções pedagógicas que respeitam as particularidades e o desenvolvimento de cada aluno. O jogo simbólico ou “Faz de Conta”, estratégia utilizada ao longo do ano letivo no 1º Ano do Ensino Fundamental, é um recurso lúdico que possui forte importância na formação social das crianças que, por meio da imitação, podem aproximar o brincar da realidade por elas vivida dentro e fora do ambiente escolar, com práticas sociais de uso da língua escrita.

Primeiros contatos com a Matemática 


O trabalho pedagógico com a Matemática se desenvolve a partir da valorização dos conhecimentos prévios dos alunos que estão em contato com o pensamento e a lógica matemática desde os seus primeiros anos de vida em situações do seu cotidiano. Ao propor situações-problema que os desafiem a encontrar respostas, os alunos identificam a necessidade de novos conhecimentos e sentem-se motivados a construí-los, por meio de material concreto que é apresentado a eles na escola. Esse é o momento de ampliar a linguagem matemática por meio de jogos, participação em práticas sociais (comprar um picolé na cantina ou juntar pontos em um jogo, por exemplo) e o “Faz de Conta” que favorece a interação social e a aplicação do raciocínio lógico-matemático em situações “reais”. A formalização dos conceitos matemáticos se dará apenas quando idéias e conceitos matemáticos apresentados, vivenciados e aplicados pelos alunos estiverem bem construídos e sistematizados.

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Uso da tecnologia 

As tecnologias já estão presentes no ambiente escolar, levadas, muitas vezes, pelos alunos, e têm contribuído para a descoberta de novas maneiras de ensinar e de aprender. Por outro lado, apenas inserir a tecnologia na escola não transforma o ensino e as relações que acontecem no processo de aprendizagem. O objetivo é que o domínio das tecnologias digitais possibilite o uso dessas ferramentas como meio de democratização do conhecimento, para além da interação social que ocorre nas redes sociais.

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Aprendizado de idiomas 


No século XXI, a aprendizagem de uma segunda língua deixou de ser desejável para ser essencial em um mundo globalizado. Nessa perspectiva, ao oferecer as disciplinas Língua Inglesa (Ensino Fundamental II e Ensino Médio) e Língua Espanhola (Ensino Médio), o Colégio Loyola tem como objetivo formar pessoas capazes de se exprimir oralmente e por escrito em outros idiomas para que possam exercer a sua cidadania de forma plena.

Experiência internacional 

O Colégio Loyola possui um Programa de Internacionalização, em que os alunos vivenciam experiências culturais e acadêmicas em intercâmbios nos Estados Unidos e na Bélgica. No Summer Program – Entrepreneurship and Innovation, os alunos do Ensino Médio têm a oportunidade de desenvolverem o pensamento crítico e são instigados a identificar problemas e elaborar soluções para estudos de casos reais. O intercâmbio acontece no campus da Boston College, mas os jovens ainda visitam outras instituições relacionadas à ciência e inovação (Harvard University e o Massachusetts Institute of Technology – MIT). Já o Programa de Internacionalização Brasil-Bélgica acontece em parceria com o colégio jesuíta Sint-Jan Berchmans, de Bruxelas, sob a supervisão da FLACSI – Federação Latino-Americana de Colégios da Companhia. O objetivo é aprofundar a experiência de reciprocidade direta envolvendo alunos e famílias. Alunos da 2ª Série do EM e outros do colégio belgo trocam de países e residências, convivendo com as famílias locais.


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