Pela abertura dos museus, pela abertura das mentes

Blog de maternidade
Obra Desvio Para O Vermelho, de Cildo Meireles, em Inhotim

Queridos pais, precisamos nos sensibilizar pela arte 


Precisamos falar sobre arte. Precisamos falar sobre arte com os nossos filhos. Precisamos de cabeças e museus abertos para povoarmos o mundo com seres mais sensíveis. Sensibilidade, sensação... “Conhecimento não é mais do que sensação”, já afirmavaTeeteto em seu diálogo com Sócrates, lá na Grécia Antiga. Se a obra de arte nos estimula a perceber pelos sentidos e a sensação é (uma forma de) conhecimento, dá para entender por que abordar este assunto em um blog de maternidade?

Porque, como pais, uma das nossas grandes preocupações é munir nossos filhos de conhecimento. A educação artística pode até não fazer parte do seu investimento pedagógico, mas a arte faz parte do conjunto das experiências humanas. Não é possível ignorá-la. E posso te contar um segredo? Entrar neste universo é extremamente estimulante e benéfico para a sua cria. Em um mundo perpassado pela razão, a arte é o lugar do mistério.

Uma obra de arte não tem necessariamente que ser agradável, ser algo que apraz aos sentidos, ou ter alguma utilidade, ser boa. A arte contemporânea não se submete à doutrina do gosto. Por isso mesmo, o olhar cotidiano não pode pautar o nosso relacionamento com a obra de arte contemporânea.

“Não significa que a gente tenha que aceitar e gostar de tudo o que está em um museu ou galeria, embora sejam instituições legitimadoras. Temos a opção de não prestar atenção em algo que nos incomoda. Mas, ainda assim vale uma reflexão, uma problematização, um diálogo, especialmente com as crianças, que não têm uma mente tão poluída como a de um adulto. Questione seus filhos: por que você acha que isso está aí?”, sugere o arte educador e artista visual Herbert de Paz

educar pela arte
Herbert de Paz é arte educador e já trabalhou em instituições como Casa Museu Eva Klabin e MAM Rio

A busca do saber inicia-se quando os preconceitos são superados. Então, em vez de se pautar no velho olhar que nos diz: “meu filho poderia ter feito melhor”, proponha-se a aproveitar a possibilidade de educar como uma forma de ampliar o próprio horizonte.

 O que dizer ao seu filho diante da pergunta: isso é arte? 

Pedimos ajuda ao artista visual e arte educador Herbert de Paz para nos ajudar a lidar com as propostas, muitas vezes, inquietantes da arte contemporânea. 


  • Ensine a seu filho que a arte é um lugar de expressão e experimentação. 
  • Essa expressão vai além da pintura e da escultura. Muitos artistas contemporâneos lidam com espaço, a arquitetura, a ativação do corpo com o espaço.  
  • Não existe certo e errado na arte. Inclusive, quando o seu filho estiver desenhando permita que ele sai do padrão. “Desenhe sem usar a borracha. Aproveite o 'erro': se algo sair torto, faça outra coisa a partir da forma que surgiu”, aconselha Herbert de Paz. 
  • Cuidado para não criar travas e barreiras na hora de conduzir o olhar e a experimentação artística do seu filho. 
  • Visite museus. Visite Inhotim, um verdadeiro "parque de diversões" da arte contemporânea. 
  • Amplie suas referências. A coleção “Arte à Primeira Vista”, da editora Paulinas, tem quatro volumes publicados sobre os artistas Lygia Clark, Frans Kracjberg, Regina Silveira e Mira Schendel, e tem como objetivo apresentar a arte contemporânea brasileira para as crianças.

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