Todo mundo teve infância. Será?


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“Saiba: todo mundo teve infância/ Maomé já foi criança”. Será? Claro, que Maomé, Arquimedes, Buda, Galileu e também você e eu já fomos crianças. Mas, não necessariamente todos tivemos infância. Pelo menos não os que nasceram antes do século 16. A infância é um fenômeno histórico e não meramente natural, sabia disso? Além disso, existem “infâncias” a serem analisadas, que variam de acordo com o contexto e a realidade de cada grupo social.

Às vésperas do Dia das Crianças, tomo a liberdade de reproduzir aqui no melhor blog de maternidade de todos os tempos : ) algumas curiosidades que li no artigo “A Construção Social do Conceito de Infância”, dos professores e pedagogos Cláudia Terra, Vantoir Brancher e Valeska de Oliveira.

12 curiosidades sobre a construção social da infância


1         

A vida era relativamente igual para todas as idades antes do século 16, ou seja, não havia muitos estágios e os que existiam não eram tão claramente demarcados.

2

As crianças tinham muito menos poder do que atualmente têm em relação aos adultos e provavelmente ficavam mais expostas à violência dos mais velhos.

3
Passado o estrito período de dependência física da mãe, esses indivíduos se incorporavam plenamente ao mundo dos adultos

4

A primeira concepção real de infância surge no século 17, nas classes dominantes, a partir da observação dos movimentos de dependência das crianças muito pequenas.

5
O adulto passou, então, pouco a pouco a preocupar-se com a criança, enquanto ser dependente e fraco, fato este que ligou esta etapa da vida à idéia de proteção.


6

A palavra infância passou a designar a primeira idade de vida: a idade da necessidade de proteção, que perdura até os dias de hoje.

7

No Brasil e em outros lugares do mundo, a preocupação com a criança surge somente a partir do século 19.

8

Os governos começaram a se preocupar com o bem-estar e com a educação das crianças a partir da Revolução Francesa, em 1789.

 9

A construção social da infância concretiza-se pelo estabelecimento de valores morais e expectativas de conduta para ela.


10

No fim do século 19 acontece a invenção da adolescência.


11
Atualmente, os especialistas em crianças e vida familiar questionam se as mudanças no modo como os adultos contemporâneos trabalham, vivem e recebem informações não estariam transformando a infância em algo obsoleto.

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Em função da melhor nutrição e assistência médica, as crianças de hoje crescem mais rápido e entram em contato com as verdades do mundo em um ritmo mais acelerado. Antes, os pais podiam controlar o que as crianças deviam ver e conhecer. Hoje, com a televisão, Internet e as outras formas de contato, isso é quase impossível.

 “Estamos obcecados por crianças, mas isto não significa que estejamos preservando a noção de infância. Estamos obcecados porque as barreiras entre a infância e a idade adulta estão sendo rompidas, e não sabemos ao certo aonde isto leva”, Adatto, diretor do Programa de Estudos da Criança na Universidade de Harvard

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