Você é uma ótima mãe, não se preocupe.
Uma mulher quando vira mãe ganha um novo olhar. Consigo identificar uma mãe pela forma como ela olha o universo ao seu redor. É um olhar atento ao externo, por vezes preocupado, mas antes de tudo cheio de amor e compaixão. É um olhar terno.
Por um bom tempo, essa erupção de amor que nos invade ao ganharmos um filho se estende para o resto da humanidade. Fiquei tão mais sensível às dores do mundo. Passei a chorar em casamentos e em comerciais de TV. Queria poder adotar todas as crianças desamparadas. Passei a entender tão melhor os meus pais.
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Photo by Jordan Whitt on Unsplash |
Mas, aos poucos, essa sensibilidade vai se esvaindo. Às vezes se perde em competições internas bobas sobre como o filho da vizinha é mal-educado, ou como o meu filho é tão mais esperto e inteligente, ou como aquela mãe é relapsa. É o pragmatismo do cotidiano nos fazendo esquecer o que é essencial.
Uma história de amor
Este fim de semana, uma amiga/mãe me contou emocionada a sua saga com a filha que, em uma viagem, um ano atrás, deu uma daquelas conhecidas birras colossais em um lugar público. Ela, sem saber como agir, começou a chorar também.Em meio aos olhares assustados e julgadores, apareceu uma mulher que lhe estendeu a mão e apenas lhe disse:
“Você é uma ótima mãe. Não se preocupe. Eu tenho cinco filhos e sei que você é uma ótima mãe”.
Bastou esse acolhimento para ela recuperar as suas forças e assumir novamente o controle da situação.Uma história linda que, um ano depois de a ter vivenciado, ela me contou com lágrimas nos olhos. É compaixão, no seu mais alto grau. Peço licença à amiga/mãe para expor aqui o seu relato. Mas acho ele tão representativo sobre a nossa necessidade de acolhermos mais ao próximo. Não seria isso a tal sororidade?
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