É possível tornar a maternidade mais leve
Já pensou em abrir mão do controle, nem que seja em algumas situações?
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Foto freepik.com |
Dia desses, assisti a uma peça de teatro infantil com o meu filho em que havia duas personagens interessantes: a Coragem e o Medo, sendo que a Coragem era a mãe do Medo. Quando o Medo ficava muito dono da situação, muito "saidinho", a Coragem mandava ele voltar pra casa. "Vai dormir, menino."
Comecei a pensar nesta árvore genealógica e descobri um parente próximo. Cheguei à conclusão de que o Controle é o filho do Medo. Quem diria? Pessoas que caminham ao lado do Controle sempre me pareceram bem seguras de si, diria até corajosas. Faz sentido, já que o DNA da Coragem está nessa linha sucessória.
Mas, existe uma outra faceta desse tal Controle. É a que esconde as nossas inseguranças e que nos faz estabelecer limites para o desconhecido. Pode ser positivo, claro. Mas, pode ser um peso grande na nossa vida e na de quem nos cerca.
Devo admitir que sou amiga do Controle. Sou dessas que gosta de viajar de olhos bem abertos, averiguando cada buraco da estrada, curvas perigosas e manobras não aceitáveis para o meu padrão de segurança. No avião, gosto de ir na janelinha para saber se estamos entrando em uma nuvem que possa causar turbulências. Preciso antever o problema... Como se fosse adiantar alguma coisa.
Quando não tem vaga na janela e tenho que ir no corredor, sem controle da situação atmosférica, só me resta relaxar e curtir o balanço da aeronave. E é muito melhor. Muito mais leve. Até consigo dormir!
Por uma maternidade menos controladora
Assim também ocorre na maternidade. Quantas regras e controles criamos quando decidimos o tipo de mãe que seremos. Pobre dos pequenos. Meu filho não dorme neste lugar; filho meu não come essa comida; não pode andar de ônibus sozinho; não convive com determinadas pessoas; não brinca de boneca, não, não, não… Várias decisões são bastante razoáveis. Mas, algumas delas só servem para nos estressar. E o sentido oculto de tais proibições nada mais é que o nosso Medo.Tenho feito essa investigação interna toda vez que tento controlar alguma situação. Ainda não consegui me desvincular do desejo de controlar, especialmente no que diz respeito ao que é permitido ao meu filho. Mas, já questiono o motivo real das minhas atitudes. Um dia chego lá.
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