Direitos iguais entre homens e mulheres faz bem para as crianças
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Filhos merecem ter tempo igualitária com pai e mãe. Photo by Federico Enni on Unsplash |
Passar tempo igualitário com pai e mãe é um direito dos filhos. Este é o foco da campanha “It’s Daddy Time!”, do governo da Finlândia, que estimula a licença paternidade prolongada
Igualdade de gênero tem tudo a ver com o direito das crianças e com a geração das condições para uma educação de qualidade para os nossos filhos. Além, claro, de ser fundamental para uma sociedade economicamente próspera e sustentável. O estímulo à presença e à maior participação do pai no dia a dia dos filhos faz parte das políticas públicas da Finlândia, aquele pequeno país localizado no norte europeu, referência mundial em educação e considerado o melhor país do mundo para ser mãe, segundo a organização Save the Children.
Agora, uma nova estatística coloca o país como um lugar-desejo para quem tem planos de morar fora do Brasil. Relatório recente da OECD (The Organisation for Economic Co-operation and Development) mostrou que a Finlândia é o único país desenvolvido onde os pais passam mais tempo com os filhos em idade escolar do que as mães – até oito minutos a mais por dia. Qual a razão disso? Vontade política, mobilização social e um enfoque que faz toda a diferença: não se trata de um direito materno ou paterno, mas de um direito da criança em passar o seu tempo com ambos os pais.
Licença paternidade
O governo finlandês oferece nove semanas de licença paternidade, em que os papais recebem 70% do salário. Assim que o neném nasce, as mães recebem os quatro meses de licença remunerada e os pais, um pouco mais de dois meses. Caso queira, o casal pode usufruir mais cinco meses de licença. Para incentivar os papais a usufruir do benefício, foi lançada a campanha “It’s Daddy Time!” ou “É a hora do papai!”, em livre tradução.
Os benefícios em ser pai e mãe na Finlândia não param por aí. O atendimento médico a uma grávida que não esteja passando por complicações é inteiramente gratuito e os novos pais recebem uma caixa contendo itens essenciais para o bebê, como saco de dormir, colchão, artigos de higiene pessoal e brinquedos. Quem preferir pode não pegar a caixa e receber 140 euros. Esse “mimo” é um estímulo para que as grávidas façam o checkup antes dos quatro meses de gestação. O resultado foi uma redução da taxa de mortalidade pós-parto, considerada uma das mais baixas do mundo: 1,7 para cada 1.000 bebês nascidos vivos em 2015. No Brasil, a taxa de natimortos registrada em 2015 foi de 8,6.
Essas políticas finlandesas estão fazendo efeito. Em 2016, o país foi eleito pelo relatório Global Gender Gap o segundo país com maior igualdade de gênero do mundo e a revista inglesa Economist ranqueou a Finlândia como o terceiro melhor país do mundo para ser uma mãe que trabalha fora.
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Fonte:
Finland: the only country where fathers spend more time with kids than mothers
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